Política

Vereadores abandonam oposição na Câmara e movimentação pode favorecer governo Caetano

Os vereadores Manoel Jacaré (PSDB), Dudu do Povo (Cidadania) e Dr. Samuka (DC) anunciaram, durante a sessão legislativa desta terça-feira (7), que não fazem mais parte da bancada de oposição na Câmara Municipal de Camaçari. Os parlamentares comunicaram oficialmente a criação de uma bancada independente, decisão que agitou os bastidores políticos da Casa e levantou especulações sobre o real motivo do rompimento.

Descontentamento interno e motivação do rompimento

Segundo apuração de bastidores, o estopim para a saída do trio da oposição teria sido a insatisfação com o atual presidente da Câmara, vereador Niltinho (PRD). O motivo seria a retirada de indicados políticos ligados aos três vereadores, que ocupavam cargos na estrutura da Casa Legislativa. O desgaste interno, somado à falta de diálogo com a presidência, teria alimentado o sentimento de isolamento e contribuído para a decisão conjunta.

Um dos parlamentares, inclusive, já tem encontro agendado com o ex-prefeito Elinaldo Araújo para esta sexta-feira (8). A expectativa é de que a reunião sirva para tentar apaziguar os ânimos e redirecionar os rumos do grupo.

Apesar dos rumores, os vereadores não confirmaram as motivações nos discursos públicos. Manoel Jacaré justificou a mudança como uma forma de atuar com mais independência no parlamento. “A gente não quer mais carregar a bandeira de ninguém. Vamos votar com a consciência, com responsabilidade e pensando no povo de Camaçari”, afirmou.

Efeito político e especulações

A saída dos três vereadores da oposição pode provocar desequilíbrios na correlação de forças dentro da Câmara e facilitar articulações por parte do governo, que tem buscado consolidar maioria na Câmara, para aprovar suas demandas e garantir estabilidade política até o fim da gestão.

Nos bastidores, o movimento já é interpretado como possível sinal de reaproximação com a base do governo. Há quem veja o gesto como uma abertura estratégica para futuras negociações, já que o governo tem intensificado o assédio sobre vereadores com o objetivo de ampliar sua influência no Legislativo.

A dúvida que fica no ar é se a tal independência será realmente mantida ao longo do tempo — ou se estamos apenas diante do primeiro capítulo de um reposicionamento político calculado. Só os próximos movimentos na Câmara dirão se a ruptura foi por convicção ou conveniência.

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