Salvador lidera valorização imobiliária nacional com alta histórica de 19,11%
A capital baiana alcançou o topo do ranking de valorização de imóveis entre as capitais brasileiras, registrando um salto de 19,11% nos preços em apenas 12 meses – o maior percentual em 14 anos de monitoramento do Índice FipeZap. O estudo, divulgado nesta sexta-feira (7), analisou 37.422 anúncios de março de 2023 a fevereiro de 2024, revelando um cenário de aquecimento sem precedentes no mercado local.
Contexto histórico:
Antes do recorde atual, o maior incremento havia sido registrado em 2024 (16,38%), seguido por uma modesta alta de 5,77% em 2023. A disparada recente superou todas as expectativas e aponta para uma combinação de fatores estruturais e conjunturais.
Motores da valorização:
Para Mário Augusto de Almeida, corretor e tesoureiro do Creci-BA, o fenômeno reflete diretamente a retomada econômica do país e a demanda aquecida por moradias – especialmente em cidades como Salvador, onde projetos de revitalização urbana e a escassez de novos lançamentos pressionam os preços.
Gustavo Reikdal, outro especialista do setor, destaca o papel da especulação imobiliária e do turismo:
-
Investidores estão mirando áreas em desenvolvimento acelerado, como Jaguaribe, antecipando valorizações futuras.
-
Plataformas como Airbnb e a retomada do turismo corporativo ampliaram o interesse por imóveis em regiões estratégicas.
Crise de insumos e oferta restrita:
O setor enfrenta ainda um aumento nos custos da construção civil, repassado aos compradores, e uma queda drástica na oferta de imóveis novos. José Alberto Vasconcellos, vice-presidente do Creci-BA, explica: “A escassez de lançamentos eleva tanto os preços dos novos empreendimentos quanto dos usados, criando um ciclo de valorização”.
Impacto por regiões:
O crescimento do preço encareceu, principalmente, as áreas mais nobres da cidade, que têm preço médio do metro quadrado avaliado em até R$ 10.674,00, enquanto o preço médio do metro quadrado de Salvador é estimado em R$ 7.116. Dentre os bairros mais impactados, estão a Barra, Caminho das Árvores, Ondina, Rio Vermelho e Pernambués.
Tendência nacional:
O fenômeno não se restringe à Bahia. Cidades como Curitiba, João Pessoa e Aracaju também registraram aumentos significativos, indicando uma onda de valorização imobiliária em escala nacional, segundo os especialistas.
Fonte: Jornal Correio da Bahia