Opinião

Prefeitura Avançada será extinta e Distrito de Abrantes perderá seu único símbolo de autonomia administrativa

A Prefeitura Avançada, que por décadas funcionou como principal centro administrativo de Vila de Abrantes, será demolida para dar lugar a uma nova Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A decisão, tomada de forma unilateral entre o prefeito Luiz Caetano e o governador Jerônimo Rodrigues, surpreendeu a população e lideranças locais. Mesmo com aspecto de degradação por falta de manutenção, o prédio abrigava setores essenciais da gestão pública no Distrito e sua retirada gerou críticas pela falta de diálogo e planejamento das autoridades.

A medida tem provocado forte reação de moradores e lideranças políticas da região, que enxergam na mudança um retrocesso para o Distrito e perda de um patrimônio físico que pertence exclusivamente à Vila de Abrantes, que tem a maior população da orla do município, com a cerca de 60 mil habitantes.

Embora a nova UPA seja vista como necessária diante das carências na saúde da comunidade, o processo de decisão foi duramente criticado por ignorar propostas da própria comunidade, como a construção da unidade em outro terreno, preservando o atual espaço da Prefeitura Avançada.

Mais do que a estrutura física, Abrantes está perdendo um patrimônio territorial próprio, fruto de uma conquista histórica, que agora servirá a um projeto mais amplo voltado para toda a Orla. Porém, para os moradores, a substituição do centro administrativo, representa a perda de uma referência institucional e da autonomia local.

Para Josué Nazaré, morador atento às questões do Distrito, “a proposta já chegou pronta, sem qualquer diálogo com a população sobre o real papel do centro administrativo”. Ele destaca ainda que a mudança afetará o acesso da população a serviços públicos.

Para o comunicador Emerson Sales, do canal Voz de Abrantes, uma UPA de grande porte se faz necessário em Vila de Abrantes, mas existem outros terrenos na comunidade onde comportaria tranquilamente um projeto desse. É um desperdício utilizar desta forma um terreno a beira da BA-099 (Estrada do Coco), que poderia ser utilizado para construção de um Mercado para atender dezenas de famílias, promover emprego e renda e servir de ponto estratégico onde circulam milhares de carros por dia, sendo com certeza um ponto de parada para aquecer a economia local. Infelizmente o pacote vem pronto sem um debate com a comunidade de Abrantes.” Protestou.

Em meio aos questionamentos da comunidade, a Prefeitura de Camaçari segue com sua programação, sem abrir espaço para diálogo ou considerar as demandas da população local. Procurada, não respondeu aos contatos feitos pela redação para comentar o caso. A reportagem seguirá acompanhando os desdobramentos.

 

 

 

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