Peritos criminais da Bahia protestam contra o abandono do Departamento de Polícia Técnica
Sem condições de trabalho, os Peritos Criminais do Estado da Bahia continuam na luta contra o descaso da gestão estadual pelo abandono do prédio onde funciona o Departamento de Polícia Técnica. Os técnicos também cobram melhorias na política salarial mantida pelo governador Rui Costa.
De acordo com a categoria, o órgão já tem anos sem concurso público, investimentos e recomposição salarial, que para os peritos, a situação do DPT tornou-se insustentável.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, diversos equipamentos necessários para a produção de prova material estão parados por falta de manutenção, como no caso do microscópio eletrônico de varredura – MEV que custou cerca de 1 milhão de dólares, cerca de (R$ 5.038,000,00), e não funciona desde 2017.
Nesse período chuvoso, a degradação da estrutura física do Laboratório Central de Polícia Técnica, tem formado verdadeiras cachoeiras nas dependências do LCPT. Além disso, os profissionais denunciam escalas com plantões sem peritos criminais em boa parte do interior do estado; a não realização de exames periciais por falta de insumos, tais como DNA e identificação de veículos, dentre outros.
De acordo com a ASBAC, são oito anos sem sucesso tentando diálogo com o governo, que nunca recebeu os representantes da categoria. Como forma de tentar abrir este canal de negociação, a categoria deliberou por ampla maioria:
- Entrega dos cargos no dia 21/03/2022;
- Recusar plantões extras a partir de abril para composição de forças tarefas, deixando, dessa forma, de realizar diversas perícias na área de veículos, balística, informática, participação na Operação Posto Legal, escalas de supervisão e Centro Integrado de Comando e Controle;
- Realizações de exames periciais apenas se forem disponibilizados os equipamentos de proteção individual e coletiva;
- Transitar apenas em viaturas que possuam condições de técnicas de tráfego;
- A não utilização de objetos de uso pessoal na realização das perícias e tampouco compra de materiais com recursos próprios;
- Informar ao superior imediato, com cópia para ASBAC, sobre a falta de material/insumos para a realização das perícias;
Conforme a ASBASC, existe uma expectativa que o governo do Estado se sensibilize com a situação precária em que se encontra a perícia, que outrora foi referência nacional, e abra um canal de negociação com a categoria.
A Bahia está em primeiro lugar em mortes violentas por ano segundo o Mapa da Violência em todo território nacional. Os dados apontam que 5.099 casos aconteceram no estado em 2021.
Com alto índice de crimes, a polícia fica impossibilitada de desempenhar um bom trabalho e frear o crime no estado.
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública não divulgou nenhuma solução a curto prazo para resolver a situação caótica que se encontra o serviço de investigação técnica da polícia.
Fonte: Salvador Notícias