Política

“Não conseguiu escolher um deputado de Camaçari”, diz morador ao citar influência de caciques de fora no governo Elinaldo

Neste domingo, 27 de outubro, Luiz Caetano (PT) venceu as eleições em Camaçari e conta os dias para o fim da gestão de Elinaldo, iniciada em 2017, porém, bastante criticada pela oscilação de sua autonomia política.

A vitória da oposição simboliza mais que uma mudança de liderança; representa uma retomada do controle de decisões locais, visivelmente dominadas por um alinhamento com interesses externos, tornando o município uma filial de Salvador.

Durante esse período, o prefeito Elinaldo foi peça-chave de um suposto jogo político entre os mandatários da capital baiana, com ações que, muitas vezes, priorizavam os interesses do grupo de ACM Neto, ao invés das necessidades da população camaçariense.

A influência direta e constante dos chamados parceiros na administração de Elinaldo chegou a suscitar críticas de moradores, que observavam a cidade ser conduzida com dependência e submissão. Na prática, o corpo do governo, formado por alianças políticas, como a vinda de secretários (de fora), contratos de serviços e um esquema que, segundo fontes do próprio governo, atingia 70% dos cargos comissionados e o comando de quase tudo que o governo entregava à população.

Ao consumidor final, transporte de péssima qualidade, com tarifa mais cara que a da capital baiana; deficiência de serviços de limpeza pública, principalmente nos pontos turísticos do município; e uma saúde precária, que, nos últimos dias, apresentou notável falta de medicamentos, além do despreparo de seus condutores, resultando em mais uma atitude desumana para os mais carentes.

Para Josué Nazaré, que acompanha de perto a política de Camaçari, o município perdeu o poder de decisão pela abertura dada por Elinaldo, consequentemente enfraquecendo seu próprio governo. “Somos a segunda economia do estado e mais de 200 mil eleitores. Diante de tanta grandeza, não conseguimos escolher um deputado, pois a decisão partia de caciques de Salvador, demonstrando uma submissão ridícula e desnecessária”, afirmou.

Ele ainda ressaltou que a resposta nas urnas ganha um tom ainda mais simbólico, em um contexto que o eleitorado deixou claro o desejo por uma administração que reflita as aspirações e necessidades locais. “A vitória de Caetano, com uma campanha voltada para fortalecer a voz de Camaçari, levanta expectativas sobre uma administração menos sujeita a interesses externos e mais empenhada em dar à cidade o espaço de destaque que merece na política estadual.” Concluiu.

Enquanto se prepara para assumir a pasta, Caetano tem diante de si o desafio de restaurar a confiança dos munícipes e, ao mesmo tempo, demonstrar que Camaçari pode caminhar com suas próprias pernas, livre de qualquer interferência que possa minar sua autonomia.

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