Política

Gilmar Mendes recua: ‘Jamais quis ofender’ Curitiba

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou as redes sociais nesta terça-feira, 9, para fazer uma retratação. Ontem, durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, o magistrado disse que Curitiba “gerou” o ex-presidente Jair Bolsonaro e “tem o germe do fascismo”.

“Usei uma metonímia que merece explicitação”, escreveu Gilmar, no Twitter. “Jamais quis ofender o povo curitibano. Não foi Curitiba o gérmen do facismo; foi a assim chamada ‘República de Curitiba’ (Operação Lava Jato e os juízes responsáveis por ela na capital paranaense).”

As declarações de Gilmar Mendes no Roda Viva

Ao ser interpelado sobre sua decisão de barrar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, em 2016, Gilmar disse que, naquele momento, tinha convicção de que havia um desvio de finalidade na nomeação da ex-presidente Dilma Rousseff. Na sequência, o magistrado criticou a Lava Jato. “Curitiba gerou Bolsonaro”, afirmou. “Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive, todas as práticas que desenvolvem. Investigações à sorrelfa [dissimulação silenciosa para enganar ou iludir] e atípicas. Não precisa dizer mais nada.”

Gilmar também acusou a Lava Jato de autoritária. “Não é por acaso que os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Penal da Rússia”, disse. “Talvez quisessem dizer do soviético. Moro tem o Código Penal dele próprio.”

O senador Sergio Moro (União-PR), maior símbolo da Lava Jato, usou as redes sociais para rebater as declarações do magistrado. “Não tenho a mesma obsessão por Gilmar Mendes que ele tem por mim”, afirmou. “Combati a corrupção e prendi criminosos que saquearam a democracia. Não são muitos que podem dizer o mesmo neste país.”

 

 

Políticos reagem

As declarações de Gilmar contra a Lava Jato provocaram mal-estar entre políticos e autoridades. O prefeito de Curitiba, Rafael Greca, usou as redes sociais para defender a cidade. “Não confundam o bom povo curitibano e o grande nome da nossa amada Curitiba com qualquer briga política”, disse o político, sem mencionar o nome de Gilmar.

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