Fonte do Buraquinho um monumento esquecido que precisa ser abraçado pela comunidade
Não se sabe ao certo quando foi criada, mais acredita-se que a Fonte do Buraquinho que fica na comunidade do Buraquinho no Distrito de Abrantes, é uma herança indígena, pela proximidade da antiga Aldeia Tupinambá, que nos tempos da colonização passou a se chamar Aldeia do Espírito Santo, e hoje a histórica Vila de Abrantes.
A história da fonte se confunde com a Vila, onde seus habitantes saíram das margens do Rio Joanes, hoje Catú de Abrantes, vindo a formar outro arraial na Vila do Espírito Santo onde buscaram nascentes que minavam água para o consumo. As mais conhecidas como a Fonte do Buraquinho e Fonte do Pau em Buris, que abastecia os navios dos portugueses que atracavam no mar.
Os moradores mais antigos lembram que a fonte do Buraquinho abastecia de água potável toda comunidade, que via nos minadores das barricas, como eram chamadas, que jorravam água limpa para todo tipo de consumo.
Fomos buscar relatos dos moradores mais antigos que nos contaram o que viram e ouviram de seus antepassados. Heloildo Nazaré, nativo de Abrantes, conta que a fonte sempre foi um local dos moradores buscar água para beber e lavar as suas roupas, porém nunca no local teve algum ato que ligasse a religiosidade como tem ouvido falar sobre o local.
Também, Helenita Conceição, outra nativa de 93 anos, conta que a comunidade é de origem católica, e a fonte era um local para auxiliar os afazeres domésticos, onde a maioria de mulheres ia buscar água de bebê equilibrando uma lata na cabeça.
Segundo o historiador José Fernando, O nome Buraquinho por certo vem da localização geográfica, porque a região é um buraco extenso, tem as barricas, e é possível que a comunidade tenha passado a chamar de Fonte do Buraquinho. Entretanto, se alguém disser que foi A ou B que deu esse nome no passado, eu afirmo que não é verdade. O cidadão que chama esse lugar de Fonte das Lavadeiras está pongando em uma ideia, porque na realidade chama-se verdadeiramente Fonte do Buraquinho, e não existe comprovação nenhuma que o local já foi usado por religiões de matrizes africanas, a quem eu tenho todo repeito e admiração. Pelo os relatos da região, as tribos firmaram moradias e os cultos afros no Quilombo da Cordoaria, Terra Maior e Água Fria onde hoje temos relatos em vida da ancestralidade negra.
A fonte hoje foi cercada por invasões e precisa ser revitalizada pelo poder público; sem a especulação de forasteiros que tentam se apoderar da rica história, com distorções que não condiz com a verdade, e cria uma utopia para favorecer suas crenças que se estabeleceram em locais distantes.
Redação do Orla News