Esporte

Federação de Atletismo proíbe participação de atletas trans em competições femininas

A World Athletics, a federação internacional de atletismo, proibiu atletas trans de participar em competições femininas de elite e reforçou as restrições de testosterona para outras atletas, anunciou a entidade nesta quinta-feira (23).

O presidente da World Athletics, Sebastian Coe, disse que a decisão de excluir transgênero que passaram pela puberdade masculina foi baseada “na necessidade primordial de proteger a categoria feminina”.

As medidas mais rígidas em torno de uma das questões mais controversas e polarizadoras do esporte seguem um movimento semelhante ocorrido na natação em 2022.

O conselho da entidade também aprovou por votação o corte da quantidade máxima de testosterona plasmática para atletas com Distúrbios no Desenvolvimento Sexual (DDS) pela metade, de 5 para 2,5 nanomoles por litro.

Os atletas com DDS também terão que reduzir seus níveis de testosterona abaixo do novo limite por um período mínimo de 24 meses em todos os eventos para competir, o dobro do tempo anterior.

O órgão regulador já havia proposto a opção de atletas transexuais poderem competir na categoria feminina se também mantivessem os níveis de testosterona abaixo de 2,5 nanomoles por litro por 24 meses.

No entanto, a entidade disse na quinta-feira que ficou claro que havia pouco apoio dentro do esporte para essa proposta.

“Não estamos dizendo não para sempre”, disse Coe em entrevista coletiva.

Coe anunciou a formação de um grupo de trabalho, que será presidido por uma pessoa transgênero, para aprofundar o estudo da questão da inclusão trans.

Na semana passada, Valentina Petrillo, atleta trans da Itália, que nasceu do sexo masculino, bateu o recorde dos 200 metros rasos na categoria feminina. Dessa forma, passou a acumular na carreira oito vitórias contra outras mulheres.

A competição que deu a vitória a Petrillo viralizou nas redes sociais, visto que nenhuma mulher havia corrido tão rápido (26 segundos) nessa distância antes.

Depois do fim da corrida, os torcedores contestaram o resultado e gritaram o nome de Cristina Sanulli, que ficou em segundo lugar.

Não foi a primeira vez que as atletas contestaram Valentina. Mais de 30 atletas italianos chegaram a fazer um abaixo-assinado em que levantavam a questão de sua superioridade física, algo que tornava a competição “injusta”.

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