Esposa de vereador do PT de Lauro de Freitas é nomeada em cargo estratégico do governo Caetano
Após completar 100 dias à frente da Prefeitura de Camaçari, Luiz Caetano (PT) vem enfrentando uma crescente onda de críticas – inclusive entre antigos aliados de campanha. A insatisfação ganhou força nos últimos dias, após a descoberta de que Daniela Mendes dos Reis, esposa do vereador Decinho (PT), de Lauro de Freitas, foi nomeada para um cargo de coordenadora na Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) do município.
Segundo informações apuradas, Daniela ocupa o cargo desde o dia 3 de março, conforme consta no Diário Oficial do Município (DOM). Em suas redes sociais, no entanto, ela se apresenta apenas como engenheira civil e conselheira tutelar de Lauro de Freitas, sem qualquer menção ao cargo público em Camaçari – o que levantou suspeitas e revolta entre apoiadores de Caetano, que se dizem preteridos após a campanha eleitoral.
A principal hipótese entre os bastidores é que a nomeação teria sido articulada pela deputada federal Ivoneide Caetano (PT), primeira-dama do município, em uma estratégia visando as eleições de 2026, quando buscará a reeleição. Decinho é aliado da parlamentar, tendo apoiado a gestão da ex-prefeita Moema Gramacho (PT) e permanecendo na oposição à prefeita Débora Regis (União Brasil), sucessora de Elinaldo Araújo.
O caso reacendeu uma narrativa que, durante a campanha de 2024, foi amplamente utilizada por Luiz Caetano e seus apoiadores: a denúncia contra o então prefeito Elinaldo Araújo (UB), acusado de ter loteado a prefeitura com “forasteiros” — pessoas de fora do município trazidas por aliados políticos. Caetano prometia que, eleito, a prática seria encerrada. Contudo, a realidade da gestão atual mostra o oposto: a ocupação de cargos estratégicos por nomes vindos de fora segue firme, agora sob a chancela do grupo petista.
Nas redes sociais, a decepção se espalhou rapidamente. Internautas apelidaram a situação de “a chave emperrou”, em referência ao slogan da campanha de Caetano, que prometia “virar a chave” na política municipal. “Para quem trabalhou para eles na campanha de graça e ainda ajudou colocar no poder, não tem vaga“, desabafou um apoiador frustrado.
Até o momento, nem Luiz Caetano, nem Ivoneide Caetano ou o vereador Decinho se pronunciaram sobre o caso.
A nomeação da esposa de um aliado de fora do município, expõe a contradição de um discurso que iludiu grande parte dos políticos de Camaçari, que acreditavam que existiria mudança na condução da cidade. Se Luiz Caetano e seu grupo criticaram a velha prática de “importar aliados”, a continuidade dessa política no atual governo não só decepciona, como também fragiliza o compromisso ético que prometeram adotar, restando apenas o mesmo do mesmo, de discursos que só servem para campanha, para atrair seguidores e chegar ao poder.
Fonte: Site Bahia no Ar