Política

Dilma Rousseff é reconhecida como anistiada política e receberá R$100 mil de indenização

A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos reconheceu, por unanimidade, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como anistiada política pelas perseguições e violações que sofreu durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi tomada em sessão realizada nesta quinta-feira (22), e prevê o pagamento de uma indenização no valor de R$100 mil à ex-mandatária.

O pedido de anistia foi originalmente protocolado por Dilma em 2002, mas ficou suspenso enquanto ela ocupava cargos públicos. Após ser afastada da Presidência da República por impeachment em 2016, a petista solicitou a retomada do processo. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o requerimento foi negado em 2022, mas voltou à pauta em 2025, já sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi aprovado.

No processo, Dilma alega ter sido perseguida pelo regime militar, que governou o Brasil entre 1964 e 1985. Aos 22 anos, em 1970, foi presa e submetida a sessão de tortura por agentes do Estado. De acordo com seus advogados, ela foi obrigada a abandonar o curso de Economia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1969, e mais tarde forçada a pedir demissão da Fundação de Economia e Estatística (FEE), em 1977.

Além da indenização federal, Dilma Rousseff também teve reconhecidas compensações financeiras por anistias concedidas nos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, que somam R$72 mil. Ela decidiu abrir mão desses valores, que serão destinados a instituições sociais.

Durante a ditadura militar (1964–1985), Dilma Rousseff participou de organizações clandestinas de esquerda que defendiam a luta armada contra o regime. Nos anos finais da década de 1960 e início da de 1970, integrou inicialmente o COLINA (Comando de Libertação Nacional) e, posteriormente, a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares).

Esses grupos tinham como objetivo a derrubada do governo militar. Entre as ações adotadas pelos grupos armados, estavam assaltos a bancos, sequestros e ataques a alvos do governo, com o propósito de financiar, promover e instituir um governo socialista no país.

Dilma atuou na estrutura logística das organizações, colaborando com o planejamento, distribuição de materiais e suporte. Em 1970, foi presa pelo regime militar e permaneceu quase três anos detida. 

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