Ele de novo! Árbitro que ignorou cabeçada de Everton Ribeiro no Ba-Vi é o mesmo que marcou pênalti polêmico para o Bahia contra o Ceará
O que era para ser apenas mais um jogo da Série A do Campeonato Brasileiro, entre Bahia e Ceará, transformou-se em um novo episódio de desconfiança sobre a atuação da arbitragem na Arena Fonte Nova. O pênalti marcado nos acréscimos, convertido por Everton Ribeiro, é responsável direto pela vitória tricolor na noite do último domingo (21), reacendeu um debate incômodo: o de favorecimento ao Bahia dentro de casa.
O lance, que envolveu um suposto toque do atacante Pedro Henrique sobre o jovem Tiago, formado nas divisões de base do clube baiano, foi altamente questionado nas redes sociais. As imagens não são conclusivas quanto ao contato, e o próprio árbitro de campo, Rafael Rodrigo Klein, afirmou, em áudio divulgado posteriormente, que não havia visto falta na jogada. Ainda assim, ele foi convencido pelo árbitro de vídeo (VAR) a marcar a penalidade.
A decisão gerou revolta não apenas entre os torcedores do Ceará, mas também entre rivais locais. Torcedores do Vitória relembraram a atuação do mesmo Rafael Klein no primeiro clássico Ba-Vi da final do Campeonato Baiano deste ano. Na ocasião, Klein ignorou um possível cartão vermelho para Everton Ribeiro, que chegou a dar uma cabeçada no zagueiro Neris. O VAR analisou o lance, mas sequer sugeriu revisão ao árbitro principal. O Bahia venceu aquele jogo por 2 a 0, resultado que lhe deu a vantagem para conquistar o título estadual após o empate na volta.
Diante da omissão em um lance claro de agressão, o Vitória formalizou uma representação contra Rafael Klein e o VAR junto ao Comitê de Arbitragem da Federação Bahiana de Futebol (FBF). O documento questionava a ausência de punição a Everton Ribeiro, apontando um possível padrão de decisões equivocadas que beneficiam o time tricolor.
A repetição de erros semelhantes, todos favoráveis ao mesmo clube e com a participação dos mesmos protagonistas, levanta uma dúvida legítima: até que ponto a arbitragem tem sido imparcial nos jogos do Bahia na Fonte Nova?
Embora seja precipitado afirmar que há má-fé ou direcionamento deliberado, a sequência de decisões controversas que favorecem o Bahia — e sempre em momentos cruciais — fragiliza a credibilidade do futebol baiano e nacional. O VAR, que deveria ser instrumento de justiça e transparência, torna-se cúmplice da confusão quando é usado de forma seletiva ou omissa.
A impunidade diante de erros recorrentes — e, mais grave, repetidos por um mesmo árbitro — exige uma resposta firme das entidades responsáveis. A arbitragem não pode ser coadjuvante em decisões esportivas.