Bolsonaro diz que ajudante foi ao aeroporto saber sobre joias para evitar um ‘vexame diplomático’
O ex-presidente Jair Bolsonaro disse que enviou um ajudante ao aeroporto de Guarulhos (SP) para saber sobre as joias recebidas pelo governo da Arábia Saudita com o objetivo de verificar e esclarecer os fatos e, se possível, evitar um “constrangimento internacional”, um “vexame diplomático”. A afirmação foi feita durante um depoimento à Polícia Federal (PF), em Brasília, nesta quarta-feira (5).
Bolsonaro afirmou que não houve reiteradas tentativas de obter as joias e deixou claro, em diversas partes do depoimento, que a única vez em que falou sobre o assunto foi durante esse pedido ao seu antigo ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid.
À PF, o ex-presidente disse também que só tomou conhecimento das joias sauditas 14 meses depois que elas chegaram ao Brasil.
As joias foram retidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, em outubro de 2021, depois que foram encontradas com um assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. Em dezembro de 2022, a Presidência da República pediu a liberação dos produtos.
Na semana passada, a defesa do ex-presidente entregou as joias e as armas recebidas, mas os processos no Tribunal de Contas da União (TCU) e os inquéritos sobre o caso continuam em tramitação.
O depoimento de Bolsonaro, na sede da PF, durou cerca de três horas. O perímetro do prédio, na Asa Norte, foi fechado, e houve um forte esquema de segurança no local.