BBB 25 amarga pior final da história e Globo culpa novela por queda na audiência
O Big Brother Brasil 25 amargou o pior desempenho de audiência da história do reality televisivo da Rede Globo. Além de registrar a final menos assistida de todas as temporadas, o programa chegou a perder a liderança para a Record em momentos pontuais — um feito quase impensável para a emissora carioca até pouco tempo atrás.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o diretor-geral da TV Globo, Amauri Soares, minimizou os números decepcionantes. “A audiência linear é menor, mas o mercado publicitário e as marcas sabem que isso não significa que o conteúdo está sendo menos visto”, afirmou. Segundo ele, o Big Brother dominou as conversas sobre televisão nas redes sociais durante quatro meses, representando até 90% das interações em alguns momentos.
Apesar da tentativa de suavizar a queda, Soares reconheceu que os números ficaram aquém do esperado e responsabilizou a novela Mania de Você pelo fraco desempenho. Escrita por João Emanuel Carneiro, a trama das 21h apresentou índices baixos, impactando diretamente o programa. “O Big Brother recebia uma audiência menor da novela do que na edição passada. Em TV aberta, isso afeta”, explicou o diretor.
Os números falam por si: segundo dados do Ibope divulgados pela Veja, a final do BBB 25, vencida pela dançarina Renata Saldanha, marcou apenas 17 pontos de audiência — o pior índice da história do reality. Até então, o recorde negativo pertencia à edição 23, que havia alcançado 19,5 pontos.
O cenário já dava sinais de desgaste: em março, durante a final do Campeonato Paulista entre Corinthians e Palmeiras, o BBB 25 foi derrotado na audiência pela Record. Enquanto o reality marcava apenas 11,7 pontos, a emissora concorrente liderava com 24,2 pontos.
O fracasso do BBB 25 expõe mais do que uma simples crise de audiência; revela uma exaustão do formato e uma dificuldade da Globo em renovar o interesse do público, que já não se contenta mais com fórmulas repetidas e conflitos fabricados.
Culpar a novela das nove pode ser conveniente, mas talvez esteja na hora da emissora refletir sobre o esgotamento de seus grandes carros-chefes — antes que nem as redes sociais consigam manter o reality relevante. A pergunta que fica é: até quando o Big Brother conseguirá se sustentar diante da evidente fadiga do público?
