Esporte

Bahia abre proposta do City: aporte de R$ 1 bilhão por 90% da empresa que administrará o futebol

O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, apresentou aos conselheiros do clube, na noite desta sexta-feira, detalhes da proposta feita pelo City Football Group para comprar a empresa que administrará o futebol tricolor.

De acordo com o G1 Bahia, o City se compromete a aportar R$ 1 bilhão na SAF a ser constituída pelo Bahia. Em contrapartida à aquisição de 90% de seu capital, o que lhe dá controle sobre ela. O dinheiro se divide em três finalidades:

  • R$ 500 milhões para a compra de jogadores;
  • R$ 300 milhões para o pagamento de dívidas;
  • R$ 200 milhões para infraestrutura, categorias de base, capital de giro, entre outros.

O prazo contratual para que o City execute essas obrigações financeiras é de 15 anos. Dirigentes contam com a maior parte do investimento, sobretudo em contratações de atletas, em cinco anos.

Para estimular a competitividade do futebol sob novo comando, caso a administração passe ao grupo estrangeiro, haverá obrigação contratual de manter a folha salarial da empresa no que for maior: 

R$ 120 milhões por ano; ou, 60% da receita bruta da SAF, exceto transferências de jogadores.

Dívidas da associação civil serão totalmente liquidadas. Em vez de entrar em processo de recuperação judicial ou no regime centralizado de execuções, o Bahia negociará débitos diretamente com credores. O contrato prevê que toda a dívida existente será quitada pelo City.

De acordo com a proposta, a marca continuará a ser propriedade da associação civil. O uso dela na SAF, para a prática do futebol, está condicionado ao pagamento de R$ 2,5 milhões por ano em royalties.

Ao manter itens vinculados à marca, a associação tem poder sobre questões como hino, brasão, escudo, símbolos, apelidos e cores. Qualquer mudança só poderá ocorrer por decisão da associação.

Programas que vinham sendo executados pela associação serão mantidos pela empresa. Alguns exemplos são o “Camisa Popular”, com uniforme de jogo mais barato; o “Bermuda e Camiseta”, plano de associação para quem ganha até R$ 1.500 por mês; e “Dignidade aos Ídolos”, que entrega bolsas para ex-jogadores em estado de necessidade.

 Governança

Caso tenha a aprovação de seus sócios, o Bahia repetirá processo feito por adversários como Botafogo, Cruzeiro e Vasco. O futebol profissional e de base, masculino e feminino, será transferido para uma empresa, a ser constituída sob o formato de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

A aquisição ocorre nessa empresa. O City Football Group pretende comprar 90% do capital, percentual alto suficiente para lhe dar controle sobre o futebol. A associação civil Bahia Esporte Clube permaneceria na sociedade com participação minoritária, por meio de seus 10%.

A SAF seria administrada por meio de Conselho de Administração, composto por seis pessoas. Cinco seriam indicadas pelo City; uma, pela associação. Todos os profissionais da companhia responderiam a esse órgão, que montaria a estratégia e tomaria as principais decisões.

Nesta estrutura, é papel do Bahia Esporte Clube monitorar a administração da empresa, inclusive por meio de demonstrativos financeiros, e garantir que cláusulas do contrato serão cumpridos.

Caso assuma o futebol do Bahia, o City implementará no Brasil a metodologia de gestão do futebol e formação de atletas que usa no resto do mundo, nos clubes que compõem o grupo. Isto inclui tecnologia própria e a inclusão dos baianos na rede para captação de talentos.

 

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