Árbitro do Ba-Vi tem histórico polêmico contra o Vitória e gera desconfiança na torcida
O clássico Ba-Vi deste domingo (18), válido pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro, terá um protagonista inédito dentro de campo: o árbitro catarinense Ramon Abatti Abel, que fará sua estreia no duelo entre Bahia e Vitória. A partida será realizada às 16h, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
Filiado à FIFA e considerado um dos principais nomes da nova geração da arbitragem brasileira, Abatti Abel será acompanhado pelos assistentes Bruno Boschilia (PR) e Thiago Americano Labes (SC). No VAR, quem comanda é Wagner Reway, enquanto o baiano Emerson Ricardo de Almeida atuará como quarto árbitro.
Apesar do currículo expressivo, que inclui partidas na Libertadores, na final da Copa do Mundo Sub-20 e na decisão olímpica entre França e Espanha em Paris, o nome de Ramon Abatti Abel não gera unanimidade — especialmente entre os torcedores do Vitória. O árbitro esteve no centro de duas polêmicas recentes envolvendo o rubro-negro baiano: a primeira na Copa do Brasil, na qual anulou um gol diante do Botafogo alegando falta do zagueiro Wagner Leonardo; e a segunda no Brasileirão, contra o São Paulo, quando expulsou o mesmo defensor após revisão do VAR em um lance considerado controverso. Ambas as decisões geraram críticas públicas, inclusive do presidente do clube, Fábio Mota.
Com isso, embora conte com o prestígio da CBF, a escalação de Ramon para um jogo de tamanha rivalidade acende o sinal de alerta entre os torcedores. O Vitória, que vem de uma sequência delicada no campeonato, entra em campo pressionado e vê com desconfiança a presença de um árbitro que já foi pivô de decisões contestadas. O clima de clássico, que por si só costuma ser tenso, ganha um componente extra com a figura do juiz sob observação.
A expectativa é de um jogo disputado, com a rivalidade acentuada dentro e fora das quatro linhas. Resta à arbitragem mostrar equilíbrio, precisão e, acima de tudo, imparcialidade — para que o espetáculo não seja ofuscado por decisões que possam alimentar mais uma vez o discurso da desconfiança.