Opinião

Apesar da circulação nos shopping centers e transporte público lotados, Prefeitura interdita quatro praias de Salvador

A Prefeitura de Salvador interditou nesta quarta-feira (30) e por um prazo inicial de sete dias, as praias do Canta Galo e da Boa Viagem, na Cidade Baixa, além de Amaralina e Piatã. A interdição será física, com a presença reforçada de fiscais e a colocação de barreiras, em operação realizada pela Guarda Civil Municipal (GCM) e Secretaria Municipal de Manutenção (Seman). 

A decisão foi imposta pelo prefeito ACM Neto, que justificou: “gostaria que todas as pessoas estivessem nas praias sem qualquer tipo de preocupação, se divertindo. Mas temos que ter cuidado em relação à pandemia. Outras cidades do Brasil que abriram suas praias sem regras e sem limites pagaram a conta depois, com o aumento do número de casos de Covid-19, da pressão sobre o sistema hospitalar, com crescimento da taxa de ocupação de UTIs e de mortes”. Falou o prefeito.

Apesar da restrição da prefeitura de Salvador, os especialistas que estudam os efeitos da pandemia, tem opiniões contrárias às tomadas pelo fechamento das praias em todo Brasil. Para Paulo Saldiva, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, diz que a praia com ordem e responsabilidade, é um bom lugar para espairecer e esquecer as agruras deste infeliz 2020. O ar livre é mais indicado do que locais fechados, como shopping centers — que estão liberados. Quando a pessoa tosse ou espirra, libera um volume de partículas virais 10 milhões de vezes maior do que quando respira e, segundo pesquisas recentes, em lugares sem muita circulação de ar esses aeros­sóis permanecem em suspensão por horas e até dias, aumentando o risco de contaminação.

Carlos Machado, doutor em saúde pública e coordenador do Observatório Covid-19 da Fiocruz, responsável por produzir e reunir informações que ajudem a combater a pandemia, também não concorda com o fechamento das praias, Segundo ele, a falta de clareza e o excesso de regras dão margem a interpretações dúbias e deixam todo mundo confuso. Em vez de simplesmente vetar, que é a medida mais fácil, o ideal seria criar um plano de convivência que reduza os riscos e ajude a promover a saúde. Só que isso requer um esforço de planejamento muito maior. Citou.

 

 

 

 

 

 

 

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