Advogado de Filipe Martins é detido por desacato ao STF
O desembargador aposentado Sebastião Coelho da Silva, foi barrado no plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento de Jair Bolsonaro e sete aliados por uma suposta trama golpista. A restrição gerou revolta e um protesto acalorado por parte do advogado, que passou a gritar em frente à sala de audiência, levando o ministro Alexandre de Moraes a interromper a leitura do relatório do caso.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Sebastião Coelho denunciou o impedimento de sua entrada, alegando que havia lugares vazios no plenário. “Estou aqui na porta da Turma onde está começando o julgamento. Sou Sebastião Coelho, advogado de Filipe Martins. Tem lugares dentro do plenário e estou sendo impedido de entrar”, declarou. Durante a gravação, ele discute com funcionários do STF, que afirmam que filmagens não são permitidas na área por se tratar de um ambiente federal e haver uma ordem expressa proibindo gravações.
Coelho já havia ao confrontado os ministros do STF durante os julgamentos relacionados aos atos de 8 de janeiro de 2023. Ele representa Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência para assuntos internacionais no governo Bolsonaro. Martins está entre os denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por participação na suposta tentativa de golpe, mas seu caso não foi incluído na sessão de julgamento desta terça-feira.
O tumulto provocado pelo advogado levou o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, a determinar sua detenção e o registro de um boletim de ocorrência por desacato. Coelho foi liberado após o procedimento.
Nas redes sociais, o advogado justificou sua revolta, argumentando que a defesa e o acusado são peças essenciais do processo judicial. “Isso me causou uma grande revolta, porque a defesa, junto com o acusado, é o principal no processo e o advogado não foi permitido a entrada”, afirmou.
