Defensor das urnas eletrônicas, PT realizará eleição com cédulas de papel
O Partido dos Trabalhadores (PT) decidiu realizar sua eleição interna por meio de cédulas de papel, após não conseguir a cessão das urnas eletrônicas da Justiça Eleitoral. A decisão foi tomada depois de negativas formais de ao menos quatro tribunais regionais eleitorais, segundo informações divulgadas pelo portal Poder360.
Os TREs de Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais e Pernambuco negaram o empréstimo dos equipamentos. Já os tribunais de Roraima, Santa Catarina, Piauí, São Paulo, Paraná, Tocantins e Acre ainda mantinham negociações em aberto até a última atualização.
Os tribunais justificaram a negativa com base em falta de segurança e dificuldades logísticas para o transporte e operação das urnas. Apesar de o empréstimo das urnas ser, por norma, gratuito, cabe ao solicitante arcar com todos os custos operacionais e de deslocamento, o que envolve transporte, segurança, suporte técnico e pessoal habilitado.
O PT defende o uso das urnas eletrônicas por considerá-las mais seguras e transparentes para um processo de grande porte. A sigla estima que cerca de 3 milhões de filiados estejam aptos a votar em todo o país.
O primeiro turno da eleição interna está marcado para o dia 6 de julho. Caso haja necessidade de segundo turno, ele será realizado no dia 20 do mesmo mês. O partido escolherá seu novo presidente nacional e, até o momento, cinco nomes estão na disputa: Rui Falcão, Romênio Pereira, Valter Pomar, Dani Nunes e Edinho Silva — este último é o favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uso das urnas eletrônicas por partidos: o que diz a Justiça Eleitoral?
Embora não haja impedimento legal para o empréstimo de urnas eletrônicas para eleições partidárias, sindicais ou estudantis, o uso está condicionado a diversos critérios. A Justiça Eleitoral analisa caso a caso, levando em conta viabilidade logística, disponibilidade técnica e segurança operacional.
Na prática, é comum que os tribunais neguem pedidos desse tipo quando há risco de desvio de finalidade, sobrecarga técnica ou proximidade com pleitos oficiais. Além disso, a Justiça costuma se abster de interferir em processos políticos internos que não envolvam diretamente a administração pública.