Opinião

Nomeações de forasteiros continuam marcando a vida política de Camaçari

Durante os oito anos de governo de Antônio Elinaldo (União Brasil) em Camaçari, uma das críticas mais contundentes da oposição era a presença de “forasteiros” em cargos estratégicos da administração municipal. Liderado por Luiz Caetano (PT), o grupo opositor acusava o então prefeito de permitir que figuras externas, muitas vezes indicadas pelo grupo de ACM Neto, influenciassem diretamente nas decisões locais, transformando a prefeitura em um reduto de interesses alheios à cidade.

Em diversas ocasiões, Caetano enfatizou a importância de valorizar os profissionais da terra. Em entrevista ao podcast Podzé, ele afirmou: “Eu não posso ter um secretário que não mora em Camaçari. Não posso. O secretário tem que morar na cidade.” Essa declaração reforçava seu compromisso de romper com a prática anterior e priorizar os talentos locais.

No entanto, após assumir a prefeitura em janeiro de 2025, a realidade parece ter seguido um caminho semelhante ao criticado Bigodinho. Apesar de afirmar ter um secretariado composto majoritariamente por moradores de Camaçari, casos como a nomeação de Daniela Mendes dos Reis, esposa do vereador Decinho (PT) de Lauro de Freitas, para a Secretaria de Infraestrutura, levantaram questionamentos sobre a realidade e o discurso de campanha, ao escolher alguém de fora do município para um cargo estratégico, que contradiz a oratória de valorização local, reacendendo o debate sobre a influência de interesses externos na gestão municipal.

Essas e outras nomeações, geraram insatisfações entre apoiadores de Caetano, que esperavam uma administração alinhada com as promessas dos palanques. A situação evidencia uma prática recorrente na política local: a dificuldade de romper com padrões estabelecidos, mesmo quando se assume o poder com a promessa de mudança.

A persistência das nomeações de forasteiros em Camaçari, independentemente de quem esteja no comando, aponta para uma cultura política enraizada, onde alianças e interesses partidários muitas vezes se sobrepõem ao compromisso com a comunidade local.

Para haver uma verdadeira transformação, é essencial que os gestores não apenas prometam, mas também implementem políticas que priorizem os talentos e as necessidades da cidade, colocando Camaçari e seus cidadãos no centro das decisões.

Por Josué Nazaré – Redação Orlanews

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