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Sindicato liderado por irmão de Lula é investigado por fraudes em descontos ilegais no INSS

 

 

A Polícia Federal cumpriu, nesta quarta-feira (23), um mandado de busca e apreensão no Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade presidida por José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ação faz parte da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos indevidos aplicados sobre aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O Sindnapi foi oficialmente descredenciado, após ser apontado como uma das entidades envolvidas no suposto esquema fraudulento, que teria operado entre os anos de 2019 e 2024. De acordo com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), as organizações investigadas teriam efetuado cobranças mensais sob a justificativa de prestação de serviços associativos, sem consentimento prévio dos beneficiários.

Segundo as investigações, os aposentados e pensionistas eram vinculados às entidades sem autorização, por meio de falsificações de assinaturas e cadastros forjados. Em muitos casos, as entidades sequer apresentavam estrutura mínima para prestar os serviços que alegavam oferecer, como assessoria jurídica, descontos em planos de saúde e academias.

Estima-se que o prejuízo causado aos beneficiários possa chegar a R$ 6,3 bilhões. A operação ocorreu em 13 estados e no Distrito Federal, com a execução de 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão temporária.

O envolvimento de um dirigente ligado à família presidencial amplia a repercussão política da operação, que segue em curso com a análise de documentos e contratos apreendidos. A Polícia Federal não informou se Frei Chico será investigado diretamente, mas confirmou que o Sindnapi está entre as entidades sob apuração rigorosa.

A Operação Sem Desconto lança luz sobre um dos maiores escândalos de violação de direitos de aposentados e pensionistas da história recente do país, escancarando a fragilidade dos mecanismos de controle do INSS e a urgência de reformas na fiscalização dos descontos autorizados em folha.

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