Mundo: Trump retira EUA do Conselho de Direitos Humanos da ONU
O presidente americano, Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta terça-feira, 4, para retirar os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da Nações Unidas (CNDH) e oficializar a suspensão do financiamento à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).
“Sempre senti que a ONU tem um potencial enorme, mas não o está concretizando no momento. Por muito tempo foi ineficaz. Há grandes esperanças, mas, para ser honesto, não está sendo bem administrada”, disse o republicano a jornalistas na Casa Branca.
A decisão de Trump ocorreu momentos antes do encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Washington. Ele será o primeiro líder a visitar o presidente americano após a posse de 20 de janeiro.
Em comunicado, a Casa Branca afirmou que o Conselho de Direitos Humanos da ONU demonstrou um “preconceito consistente contra Israel” e permitiu que rivais, entre os quais o Irã, China e Cuba, usassem o grupo para autoproteção, mesmo diante de inúmeras violações e abusos dos direitos humanos.
Na sua primeira gestão, entre 2017 e 2021, Trump retirou os EUA do Conselho de Direitos Humanos.
Um relatório do congresso americano indicou que o financiamento dos Estados Unidos à UNRWA representou 30% do total arrecadado em 2023.
“Os Estados Unidos tem sido historicamente o maior financiador da UNRWA com total de contribuições superando mais de US$ 7.3 bilhões desde 1950“, diz trecho.
A pressão para o corte do financiamento intensificou-se após a revelação de que estruturas da agência serviram como cativeiro para a manutenção de reféns israelenses sequestrados pelo Hamas.
De acordo com informações obtidas pelo Canal 13 de Israel, as israelenses Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher teriam sido mantidas em instalações da Organização das Nações Unidas (ONU) na Faixa de Gaza.
Elas ficaram 471 dias em cativeiros, mudando várias vezes de lugar.
Segundo a emissora, os terroristas aproveitaram-se da estrutura das ONU para esconder as reféns, sabendo que as Forças de Defesa de Israel não atacariam esses prédios