Governo da Bahia ainda não tem plano para substituir empresas que deixarão transporte metropolitano
O sistema de transporte público que conecta Salvador às cidades da Região Metropolitana (RMS) vem enfrentando uma crise sem precedentes. Seis empresas responsáveis por operar linhas intermunicipais anunciaram que encerrarão suas atividades a partir de 15 de fevereiro, alegando inviabilidade financeira.
As empresas envolvidas são: Cidade Sol, Expresso Vitória, Expresso Metropolitano, Atlântico Transportes, ATP Transportes e Avanço Transportes.
A decisão, comunicada à Agência Estadual de Regulação (Agerba) em 14 de janeiro, afetará não apenas Salvador, mas também outras nove cidades da RMS: Camaçari, Candeias, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Santo Amaro, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé e Simões Filho.
Histórico do Problema
A crise no transporte metropolitano não é recente. Além da BTM, em 2023, em dezembro de 2024, as empresas Brisa e Cidade das Águas anunciaram o encerramento das suas operações na RMS, citando a concorrência desleal com transportes clandestinos como principal motivo. Na ocasião, a Univale, proprietária de duas empresas, destacou que a presença de veículos irregulares compromete a sustentabilidade financeira das operações regulares.
Além disso, em março de 2024, os rodoviários da RMS realizaram uma greve reivindicando reajuste salarial de 7,17%, enquanto as empresas ofereciam apenas 2,75%. A paralisação afetou cerca de 80 linhas e evidenciou a fragilidade do sistema de transporte na região.
Causas da Crise
Um dos fatores centrais para a crise atual é a disputa pela partilha de tarifa integrada entre ônibus e metrô, que abocalha a maior quantia. A indefinição sobre como dividir a receita da tarifa integrada tem dificultado a plena integração dos sistemas de transporte. As empresas de ônibus alegam que a divisão atual não cobre os custos operacionais, tornando as operações financeiramente inviáveis.
Impacto na População
O fechamento das linhas afetará milhares de passageiros que diariamente fazem transporte público para se deslocarem entre Salvador e as cidades da RMS. A falta de alternativas viáveis pode resultar em superlotação dos meios de transporte restantes, aumento no tempo de deslocamento e maiores custos para os usuários.
Posicionamento do Governo e Cobrança de Soluções
Até o momento, o governo da Bahia não apresentou uma solução concreta para amenizar os impactos do encerramento das operações das linhas de ônibus na RMS. É imperativo que as autoridades estaduais e municipais, em conjunto com a Agerba, busquem alternativas para garantir a continuidade do serviço de transporte público, seja por meio de subsídios, reestruturação de linhas ou incentivo à entrada de novas empresas no mercado.
A população não pode ser penalizada pela falta de planejamento e gestão eficiente do sistema de transporte. É necessário um esforço conjunto para garantir um transporte público de qualidade, acessível e sustentável para todos os cidadãos da Região Metropolitana de Salvador.
Este é um momento crítico que exige ação imediata das autoridades competentes para evitar um colapso no sistema de transporte público da RMS.