PF prende ex-deputado Daniel Silveira quatro dias após liberdade condicional
A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (24), em Petrópolis (RJ), o ex-deputado federal Daniel Silveira. Ele havia sido colocado em liberdade condicional na última sexta-feira (20), mas voltou ao regime fechado após desrespeitar condições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre as restrições estabelecidas estavam o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de contato com investigados por suposta tentativa de golpe de Estado — como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto —, e a vedação ao uso de redes sociais, aplicativos de mensagem, participação em eventos e entrevistas à imprensa.
Silveira foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por ameaças ao Estado democrático de direito e incitação à violência contra ministros do STF. Ele estava preso desde fevereiro de 2023 e cumpria pena em regime semiaberto no Rio de Janeiro. A condenação inclui uma multa superior a R$ 247 mil, em valores atualizados.
Em nota recente, a defesa de Silveira criticou as medidas restritivas, classificando-as como uma “condição de solto-preso” e argumentando que o livramento condicional foi uma obrigação legal, e não um ato de “boa vontade” do relator.
Agora, Silveira será conduzido à Superintendência da PF no Rio e posteriormente transferido para um presídio, onde cumprirá o restante da pena, que totaliza mais 5 anos e 9 meses. A prisão reflete mais um capítulo da relação conturbada entre o ex-deputado e o STF, iniciada após declarações de 2021 em que proferiu palavras ameaçadoras para ministros da Corte.