“Mudam-se os caranguejos, mas a lama é a mesma”, diz morador de Catu de Abrantes ao perceber favorecimento a vereadores com mandato em fila de posto antes de carreata de Flávio Matos
Morador de Catu de Abrantes, Marcos de Catu, se revoltou com o tratamento recebido por lideranças do time azul, de Elinaldo, ao parar para abastecer seu veículo em um posto de combustível. No local, vários apoiadores de candidatos a vereador estavam para “pingar o tanque” e, posteriormente, seguir para a carreata de Flávio Matos, que teve início no último domingo (8), na praça da Matriz, em Vila de Abrantes.
Segundo Marcos, estava acompanhado com seu candidato a vereador, alinhado da situação, e parou em um posto de combustível indicado para abastecer e seguir para o evento político. Ao chegar sua vez, uma liderança não identificado do time azul, disse que ele não poderia abastecer por seu veículo só portar propaganda de seu candidato, e não conter o número do candidato a prefeito Flávio Matos.
“Apesar do transtorno, eu e meu candidato nos afastamos, enquanto pessoas que me conheciam tentaram intervir por mim. No entanto, foi aí que percebi a articulação, pois carros dos vereadores eleitos tinham carta-branca, pois mesmo sem o número da majoritária, abasteciam seus veículos e tranquilamente seguiam para o evento”, citou.
Marcos ainda citou que, em 2016, durante a campanha da primeira eleição de Elinaldo, presenciou a mesma situação com outro candidato, que hoje é vereador. Marcos classificou o episódio como uma “máfia do combustível”, afirmando que pouca coisa mudou. “Mudam-se os caranguejos, mas a lama continua a mesma”, protestou.
Ele também confessou que não sabia o valor que receberia de combustível. Após se afastar e conversar com seu candidato, ficou sabendo do valor de R$ 70,00, que o fez ficar revoltado. Foi ao posto e pagou a importância, em tom de protesto.
O episódio relatado por Marcos expõe uma prática política que segue um padrão vicioso: o tratamento diferenciado entre os correligionários mais influentes e os apoiadores de base. Situações como essa reforçam a imagem de uma política que favorece poucos e menospreza muitos, criando um ambiente de desconfiança e insatisfação.
A promessa de renovação com a candidatura de Flávio Matos parece esbarrar em velhas práticas que, apesar das mudanças de nomes, insistem em manter o “jogo” nas mesmas regras. Isso gera uma reflexão sobre até que ponto essas alianças servem aos interesses do eleitor ou apenas ao fortalecimento de uma máquina política já consolidada.
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