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MP-GO aponta empresário amigo de jogadores como intermediário

O Ministério Público e a Justiça de Goiás apontam o empresário Cleber Vinicius Rocha Antunes da Silva, o Clebinho Fera, como intermediador de Sidcley, ex-Cuiabá, e Pedrinho, ex-Athletico, no suposto esquema de manipulação de resultados, investigados na Operação Penalidade Máxima.

Clebinho se tornou réu no processo com mais 13 pessoas. Entre eles, os atletas Sidcley e Pedrinho. Eles são acusados de aceitarem vantagem financeira em troca de receber cartão amarelo no Campeonato Brasileiro do ano passado. A defesa dos três nega qualquer envolvimento.

Na denúncia apresentada pelo MP-GO, o empresário acertou que Pedrinho levasse um amarelo em troca de R$ 80 mil, sendo metade adiantado, para levar um cartão amarelo em Athletico Cuiabá, pela Série A de 2022. O lateral foi advertido no final do confronto.

Contudo, Clebinho alega que o lateral do Furacão não sabia da negociação paralela entre ele e Bruno Lopez, apontado como um dos chefes da quadrilha, e escutou Pedrinho dizendo que levaria o terceiro amarelo. O empresário curitibano chegou a enviar uma foto do CT do Caju, do Athletico, no dia da partida, com intuito de garantir que estava tudo certo.

— Fui presencialmente no jogo. O Pedrinho nem tenta levar cartão, eu fico desesperado e, perto dos 45 minutos, o Bruno (Lopez) me manda mensagem me ameaçando e cobrando R$ 300 mil. Aí, quando o Pedrinho leva cartão no último lance, eu estava muito nervoso, porque ele iria ameaçar o Pedrinho, que nem estava sabendo. Me deu um alívio — afirmou Clebinho.

Já Sidcley, segundo consta no processo, iria receber R$ 70 mil para receber um cartão amarelo. Porém, o lateral ex-Athletico acabou não entrando em campo no jogo. Clebinho ainda informou que o atleta disse para ele que “não faz” esquema de cartão em apostas esportivas.

– O Sidcley é bem humilde, não tem muita direção. Tudo dele, eu resolvia. Sou o melhor amigo dele, pessoa de confiança. O Sidcley disse que o Bruno (Lopez) mandou mensagem, mas que ele não ia fazer – completou.

Segundo consta no processo, o jogador Sidcley estava envolvido no suposto esquema de manipulação de resultados, sendo acusado de concordar em receber R$ 70 mil para receber um cartão amarelo durante uma partida. Entretanto, o lateral ex-Athletico não chegou a entrar em campo nesse jogo específico.

Clebinho Fera, o empresário apontado como intermediador, relatou que Sidcley afirmou a ele que não participa de esquemas relacionados a cartões amarelos em apostas esportivas, negando qualquer envolvimento com tais atividades ilícitas.

“O Sidcley é bem humilde, não tem muita direção. Tudo dele, eu resolvia. Sou o melhor amigo dele, pessoa de confiança. O Sidcley disse que o Bruno (Lopez) mandou mensagem, mas que ele não ia fazer”, completou.

Todos os réus vão responder pela suposta prática dos seguintes delitos, de acordo com artigos da nova Lei Geral do Esporte:

  • Art. 198. Solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
  • Art. 199. Dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

A Procuradoria do STJD ainda não fez novas denúncias dos citados pelo MP de Goiás, que agora se tornam réus no processo.

É possível que, agora com o recebimento da denúncia pela Justiça goiana, o pedido de suspensão preventivo de todos os atletas saia até o fim da semana para o presidente do STJD.

Na decisão, o juiz Alessandro Pereira Pacheco de Goiânia concede prazo de dez dias para responderem à acusação e produzir provas e convocar testemunhas para a defesa de cada réu.

Fonte: GE

 
 
 
 

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