Leila discute processo de R$ 127 milhões contra WTorre: “Palmeiras não recebe absolutamente nada”
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, afirmou que o clube “não recebe absolutamente nada” dos eventos realizados no Allianz Parque, exceto nos jogos em casa, onde a receita dos ingressos vai inteiramente para o Verdão.
Por isso, o clube abriu inquérito criminal contra o Real Arenas, subsidiária da WTorre responsável pelo Allianz Parque, e exige mais de R$ 127 milhões da construtora.
“As pessoas acreditam que o Palmeiras ganha milhões com essa parceria, mas nós não. Deveríamos receber um percentual do faturamento do Real Arenas e, desde 2015, eles pagaram apenas sete meses. O Palmeiras deve cerca de R$ 130 milhões”, disse. ela declarou em entrevista à CNN.
O contrato entre Palmeiras e WTorre prevê que o clube tenha direito a percentuais mensais das receitas do Allianz Parque, como aluguel de shows, exploração de áreas como lanchonetes e estacionamentos, além de aluguel de poltronas, camarotes e naming rights . O valor aumenta ao longo dos 30 anos de parceria.
“Estamos cobrando esse valor, eles precisam pagar. É uma dívida incontestável, confirmada pelo Real Arenas, e estamos na justiça comum. Mas o processo é lento e quem se recusa a pagar se aproveita as táticas de atraso”, declarou Leila.
O Palmeiras quer que sejam investigados possíveis crimes de peculato e associação criminosa, além do bloqueio de bens, fundos e contas do Real Arenas e de seus executivos. Eles também buscam levantar o sigilo bancário da empresa desde novembro de 2014, conforme revelou a presidente.
Leia ainda revelou quem desde a inauguração do Allianz Parque, os pagamentos foram feitos por apenas sete meses: novembro e dezembro de 2014 e janeiro a junho de 2015 (exceto maio daquele ano).
Esta é a principal, mas não a única disputa entre os parceiros. Além de opiniões divergentes sobre o contrato em discussão no tribunal arbitral, o Palmeiras vem tentando implementar o acesso por reconhecimento facial no Allianz Parque, inclusive nas áreas da WTorre. No entanto, o clube acredita que o sócio está dificultando como forma de retaliação ao processo judicial de R$ 130 milhões.
A Real Arenas disse, em nota, o inquérito policial é um “ataque unilateral” da presidente Leila Pereira.
– A Real Arenas repudia esse novo ataque unilateral da presidente Leila Pereira. A dirigente tem desrespeitado de forma reiterada as decisões do Tribunal de Arbitragem, que tramita sob sigilo, e tenta atingir de forma injustificável a reputação da empresa parceira da SEP.
– Esse novo e despropositado ataque não condiz com a gestão séria da Real Arenas, que investiu na construção do Allianz Parque, reconhecida como melhor arena da América Latina. Vemos com perplexidade a mudança repentina de atitude, uma vez que tivemos nos últimos anos negociações pacíficas relacionadas aos créditos e débitos de parte a parte.