Política

CNJ manda suspender perfis de desembargadora que apoiou manifestações

O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, determinou nesta terça-feira, 13, a suspensão das redes sociais da desembargadora Maria do Carmo Cardoso. A decisão ocorreu depois de a magistrada declarar apoio às manifestações contra a falta de transparência no processo eleitoral.

“Copa a agente vê depois, 99% dos jogadores do Brasil vivem na Europa, o técnico é petista”, escreveu a desembargadora, no Instagram. “E a Globolixo é de esquerda, nossa Seleção verdadeira está na frente dos quartéis.”

Na decisão, o corregedor nacional de Justiça ordenou a suspensão imediata das contas atribuídas à magistrada no Twitter e no Instagram. “Há urgência no bloqueio de conteúdo, inclusive para prevenir novos ilícitos administrativos ou eleitorais por parte da magistrada ora reclamada”, sustentou Salomão. “A diplomação dos eleitos aos cargos de presidente e vice-presidente da República ocorreu nesta data [12/12], sendo necessária a manutenção da harmonia institucional e social até a data da posse. A conduta da desembargadora federal segue em sentido oposto, o que é expressamente vedado, em se tratando de magistrados em atividade.”

A Constituição veda aos juízes “dedicar-se à atividade político-partidária”. Até o momento, nenhum dos ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral sofreu punições semelhantes, embora tenham se manifestado politicamente em diversas vezes.

Em 2019, o CNJ regulamentou o uso de redes sociais pela magistratura. É proibido “manifestar-se em apoio ou crítica públicos a candidato, lideranças políticas ou partidos políticos”.

Depois da abertura da Reclamação Disciplinar pelo CNJ, Maria tem 15 dias para prestar informações sobre os indícios de irregularidades.

OrlaNews

Informação além da notícias

Comentários: