49% dizem dar muita importância à religião para decidir o voto, indica pesquisa
Faltando duas semanas para o segundo turno da eleição presidencial, 49% dos eleitores dizem dar muita importância para a religião ou fé do candidato na hora de definir o voto, de acordo com o Datafolha.
Pesquisa do instituto feita entre a quinta (13) e a sexta-feira (14) mostra também que esse fator pesa mais entre eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) do que entre os do candidato Lula (PT). A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
O Datafolha pediu aos entrevistados que apontassem, em uma escala de 1 a 5, a relevância da religiosidade na decisão do voto no segundo turno da eleição presidencial.
Na média, as respostas ficaram no índice 3,6. Responderam indicando o nível mais baixo, “nada importante”, 21% dos eleitores. Outros 5% não souberam responder. Entre eleitores de Bolsonaro, a média das respostas foi 4,2. No grupo dos eleitores de Lula, o índice foi 3,3.
A religiosidade novamente tem sido um dos principais assuntos desta eleição, trazida principalmente pelo atual presidente, que tem o apoio de grandes denominações evangélicas. Os evangélicos somam 27% da amostra de eleitores.
Nos recortes da pesquisa, é possível identificar tendência de mais influência da religião entre eleitores mais velhos e menos escolarizados. Entre os jovens de 16 a 24 anos, a importância atribuída a esse fator, na média da escala, é de 3,3. O índice sobe para 3,9 entre os entrevistados com 60 anos ou mais. No Sudeste do país, a média é de 3,5, enquanto no Norte sobe para 3,9.
Na pesquisa, o Datafolha também perguntou sobre a influência na definição do voto de eventual apoio de um líder religioso a um dos candidatos. Responderam que isso influencia muito 22% dos entrevistados, ante 64% que disseram que isso não afeta a decisão.
A pesquisa foi contratada pela Folha e pela TV Globo e está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR-01682/2022. O Datafolha ouviu 2.898 pessoas em 180 municípios de todo o país.
Por Folhapress