Policiais civis dizem ter sido barrados de prova do órgão por estarem armados
Dois investigadores da Polícia Civil denunciaram os organizadores do concurso do órgão, por negarem o acesso às salas do Colégio Central, localizado no bairro de Nazaré, em Salvador, onde estaria sendo realizado a realização da prova. Segundo os agentes, eles chegaram ao local com posse de suas armas e foram impedidos de permanecerem no local durante a realização da seleção.
Eles ainda afirmam que foram maltratados por um dos colaboradores, mesmo após apresentarem seus distintivos e solicitarem um armário para que as armas ficassem guardadas durante a aplicação da prova. O caso foi registrado na Delegacia Territorial (DT) dos Barris no final da manhã.
O investigador Rui Cardoso, da 8º Delegacia de Polícia de Simões Filho, disse, em entrevista ao site BNews, que chegou no local da prova e que, na entrada, informou que era um policial civil e que, por isso, estava com distintivo e arma.
“Nos mandaram ir para coordenação. Achávamos que lá as nossas armas seriam guardadas, mas, chegando lá, fomos mal atendidos por uma pessoa que se dizia ser responsável pelo concurso. Ela nos destratou e quis colocar a gente para fora. Eu pedi calma e disse que iria providenciar um local para guardar minha arma”, relata o investigador.
Na portaria, continua o policial, uma equipe da segurança da unidade de ensino conseguiu um armário de aço e com cadeado para que as armas fossem colocadas. Mas, ainda de acordo com o investigador, ao chegar na sala onde a prova seria aplicada, a organizadora não permitiu, mais uma vez, a entrada deles.
O investigador, diante da possibilidade de não realizar a prova, ligou para a Polícia Militar. As armas, diz ele, foram entregues para um suboficial, mas mesmo assim os dois foram impedidos.
“Eu e o colega estamos prejudicados. Estudei dois anos para fazer essa prova e ela, de forma petulante, não nos deixou fazer. Fomos tratados como cachorro”, lamentou Rui. O segundo investigador impedido foi identificado como Antônio César Castro, da 4º Delegacia de Polícia de São Caetano.
O concurso da Polícia Civil deve preencher mil vagas, sendo 150 para o cargo de delegado, 150 para escrivão e 700 para investigador. No total, 44.133 pessoas se inscreveram. As provas estão sendo aplicadas neste domingo durante dois turnos. A reportagem não conseguiu contato com a organizadora da prova.