Bruno Dauster e Cleber Isaac também são alvos da operação da PF que apuram irregularidades na compra de respiradores
O ex-secretário da Casa Civil do governo da Bahia, Bruno Dauster, é um dos alvos da operação Cianose, deflagrada na manhã desta terça-feira (26) com objetivo de apurar a compra de respiradores pelo Consórcio do Nordeste no início da pandemia do novo coronavírus.
Segundo informações obtidas pelo site Bahia Notícias, Cleber Isaac também é alvo da operação é apontado como um dos intermediários entre o governo da Bahia com as empresas Hempcare e BioGeoenergy no caso dos respiradores. Em Salvador, a PF cumpriu mandado no Edifício Victory Tower, condomínio de luxo no Corredor da Vitória. O endereço corresponde a um dos Cleber Isaac. No entanto, Isaac estaria em Itacaré.
Ele teria entrado no negócio através do vice-governador João Leão (PP), do ex-secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, e do secretário executivo do Consórcio, Carlos Gabas. A informação consta no depoimento do empresário Paulo de Tarso, CEO da BioGeoenergy.
Segundo o empresário, foi desta maneira que Isaac que se apresentou: como tutelado “através de alguns agentes políticos, sendo eles” Leão, Dauster e Gabas. Ele teria se apresentado numa visita técnica à sede da empresa comandada por Paulo de Tarso, na fábrica da BioGeoenergy, em Araraquara-SP.
Ainda em 2020, o vice-governador informou que processaria judicialmente, por danos morais, os empresários Paulo de Tarso, CEO da empresa Biogeoenergy, preso na Operação Ragnarok e que está sendo investigado pela fraude na compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste, e o empresário Cleber Isaac, citado como intermediário no caso. “Diferente do que foi dito pelo Paulo de Tarso, ele procurou a SDE interessado em abrir fábrica do equipamento na Bahia, jamais tratamos de contrato comercial, pois este não é o mote de atuação da SDE. Além disso, eu jamais tutelei o Cleber Isaac para representar o governo em tratativa comercial, nem o conhecia. Estou processando os dois”, afirmou João Leão.
O depoimento de Cristiana Prestes Taddeo, sócia da Hempcare, já apontava Isaac como um dos intermediários do negócio. Segundo a empresária, ele teria recebido uma comissão de R$ 3 milhões por ter facilitado a negociação com o Consórcio Nordeste. A relação entre ambos teria acontecido após uma ponte feita por Fernando Galante. Para isto, Cristiana teria pago o montante de R$ 9 milhões pela facilitação no contato. O trio possuía um grupo no WhatsApp.
À época, Cristiana também acusou Dauster de ter sugerido um aditivo no contrato para aumentar o valor dos respiradores comprados. O ex-chefe da Casa Civil teria sugerido aumentar o valor do contrato, saltando de 23 mil dólares para 27 mil dólares e, então, para 35 mil dólares. Cristiana teria respondido que “não iria estuprar o Governo dessa maneira”.
A operação cumpre 14 mandados de busca e apreensão em Salvador, Distrito Federal, e nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.