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Cientistas desvendam segredos genéticos dos menores mamíferos mergulhadores do mundo

 

Biólogos descobriram os segredos genéticos dos menores mamíferos mergulhadores do mundo: os musaranhos aquáticos.


 

Usando amostras de DNA para construir uma árvore evolutiva, cientistas revelaram em um estudo recente que o comportamento destes mamíferos comedores de insetos evoluiu cinco vezes diferentes ao longo de sua trajetória.

A habilidade desses minúsculos animais de sangue quente para mergulhar e caçar em águas geladas e doces sempre pareceu desafiar a lógica evolucionária.

Para entender essa surpreendente jornada evolutiva, os cientistas coletaram amostras de DNA de 71 espécies diferentes, todas pertencentes à ordem dos Eulipotyphla — um grande grupo de mamíferos comedores de insetos, incluindo ouriços, toupeiras e musaranhos.

A equipe criou uma árvore genealógica dos Eulipotyphla, cruzando informações do código genético de forma a detalhar a relação de parentesco entre as espécies. Com isso, os cientistas puderam rastrear a evolução do comportamento de mergulho.

 

 

Cientistas desvendam segredos genéticos dos menores mamíferos mergulhadores do mundo 2
Estes mamíferos conseguem ficar ativos debaixo d’água por mais de 20 segundos,
guardando oxigênio em seus pequenos músculos

 

Berenbrink explicou que as mudanças na presença da proteína mioglobina foi necessária para que os animais armazenassem mais oxigênio nos músculo e conseguissem ficar sem respirar debaixo d’água por mais tempo para caçar.

Essa assinatura “evoluiu três vezes nos musaranhos e duas vezes nas toupeiras”, acrescentou o pesquisador.

“A sequência genética de apenas uma proteína nos diz muito sobre o estilo de vida desses animais, algo que não poderíamos descobrir através dos fósseis.”

Ele acrescentou que o estudo genético forneceu uma visão fascinante sobre a evolução dos mamíferos que parecem à primeira vista “os menos preparados para o mergulho”.

“Eles são muito pequenos, perdem calor muito rapidamente e estão queimando energia a uma taxa alta, então eles têm custos muito altos. Mas eles conseguem ‘pagar’ isso com os grandes ganhos que se tem ao chegar às larvas de insetos [em rios e riachos]”.

“Isso nos mostra o que a natureza é realmente capaz de fazer.”

Victoria Gill – BBC Brasil

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